terça-feira, 27 de julho de 2010

A linha tênue entre a lei e o crime


A distancia entre policiais e bandidos parece ter diminuído, cada vez se mostram mais parecidos. Houve uma época em que eram constantes os relatos de atrocidades cometidas por delinqüentes, contudo hoje em dia somos continuamente bombardeados por noticias onde também a policia, que tem como obrigação zelar pela proteção da sociedade, esta envolvida em atos ilícitos.


Os abusos cometidos contra os direitos humanos ocorrem diariamente nas diversas favelas do país com igual gravidade, sendo praticados pelas duas principais forças policiais ( Militar e Civil) que deveriam cuidar da segurança.
Eles impõem um despotismo mascarado sobre uniforme, e repassam uma política de repressão para acabar com a violência e com o tráfico de drogas, mas continuam recorrendo aos mesmos métodos repressivos e violentos da ditadura militar, tornando-se impiedosos na hora de cumprir o seu dever, que é de manter a ordem pública.


E de quem seria a culpa por essa nova política adotada pelos policiais? Grande parte do governo, que não oferece a esses profissionais, um salário digno por tal profissão e isso talvez sirva de estímulo para que entrem para criminalidade, claro que não é justificativa, uma vez o caráter de uma pessoa justifica suas atitudes. Cada vez me surpreendo mais com o despreparo da policia - Domingo, 25 de Maio de 2010, São Paulo. Pai de família, filho, pai e irmão. Motoboy é morto por policiais ao chegar em casa, os mesmos o julgaram como bandido e numa batida ineficaz acabaram tirando sua vida. O motoboy foi morto na porta de casa. Da janela a mãe presenciou o momento da morte de seu filho – acontecimentos como esse são relatados diariamente.


Corrupção, violência, preconceito e criminalidade. Essa é a face dos nossos supostos defensores.


Outra coisa que me incomoda é a hipocrisia, tanto da polícia quanto da população. Já viram a mobilização que há quando as vitimas são celebridades, ou quando o crime se repercute nacionalmente, a polícia demonstra ter tremenda eficiência e uma disposição digna de prêmio Nobel para o trabalho. Um exemplo é o caso do atropelamento do filho da atriz Cissa Guimarães, onde a polícia se mostrou bastante eficiente na solução do caso, rapidamente localizaram o culpado. Mas caro brasileiro, será que é assim com todos os casos? É EVIDENTE que não. Todos os dias morrem pessoas inocentes, pais de família, todos os dias uma criança fica ÓRFÃ, mas há essa mobilização? Acredito que não. O pai de família que morreu, não é nenhuma celebridade, ou melhor, é sim, mas por sermos tão ignorantes não o reconhecemos, uma pessoa honesta que acorda todos os dias de madrugada, que cada dia é uma nova batalha, é digna de uma admiração maior do que muita celebridade por aí. Respeito o momento pelo qual a família da atriz está passando, mas é triste como são tratados acontecimentos como esse, como se fossem isolados.


Termino esperando que surja mais e mais aprendizado, mais e mais sabedoria. Aprende-se mais, infelizmente, com a derrota do que com a vitória. Que cada cidadão pense antes de ser conivente por conveniência própria com uma irregularidade. Que os bons policiais, suplantem os 'desviados'. Que o brasileiro resolva agir de verdade para ajudar a conter a violência denunciando crimes ao invés de calar-se e omitir-se até que a violência o atinja.



J.O Ambrósio

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Hipocrisia e copa do mundo


É mês de copa do mundo e parece que todo mundo se torna mais brasileiro do que nunca, mais patriota. Parece, não. Com certeza vira, pelo menos uma vez a cada quatro anos
temos orgulho de ser brasileiro - verde e amarelo para todos os lados, gritos de “Brasil, ó pátria amada” gritados com um vigor já não visto há quase meia década – Orgulho esse que dura até que a seleção seja eliminada do mundial, ou caso sejamos campeões, perdura por mais um mês.

O brasileiro adora copa do mundo, até porque nisso é realmente bom. A seleção pentacampeã do mundo, a única que possui uma infinidade de possibilidades de convocação devido a qualidade do seu futebol, a que revela mais craques. Resumindo, nesse aspecto o Brasil é nota 10.

Certa vez Thierry Henry, jogador da seleção da França disse que o motivo pelo qual os brasileiros jogam futebol tão bem, um futebol talvez, único, seja o fato de que no Brasil a educação está em segundo plano, atrás do futebol. Isso é lamentável, pelo que tudo indica suas palavras estão totalmente corretas, ele só relatou o que passa na TV todos os dias.

A alienação do brasileiro é tamanha que devido ao acontecimento da copa, esse se esqueceu da existência de uma eleição presidencial, no final do ano. Eleições essas que foram propositalmente colocadas pelos nossos governantes em ano de copa, quando o brasileiro se esquece de tudo, fica mais relaxado e não se preocupa com algo tão importante quanto uma eleição, o que importa é apenas o futebol, se o Brasil será campeão do mundo ou não.

Vamos acordar povo Brasileiro. A copa do mundo sempre acaba, e independente da colocação da seleção você continua pagando a mesma taxa de juros de antes, os mesmos impostos – o Brasil possui a segunda maior alíquota máxima do imposto de renda para pessoa física, ficando atrás apenas da Suécia, além disso, os brasileiros contribuem excessivamente com outros tipos de impostos – sabe o aumento aprovado durante a copa de 18 % para os senadores, não será revogado; seu filho semi analfabeto e com câncer continuará esperando tratamento na fila do SUS, isso é deprimente. Quando nós devíamos mobilizar e lutar pela melhora das condições do nosso país, não o fazemos.

Vamos deixar de ser hipócritas. Em um país com mais de 150 milhões de habitantes é impossível que sejamos bons apenas no futebol. Aliás, é inadmissível e humilhante que celebremos tamanha mediocridade.

“É muito melhor arriscar coisas grandiosas, alcançar triunfos e glórias, mesmo expondo-se a derrota, do que formar filas com os pobres de espírito que nem gozam nem sofrem muito porque vivem nessa penumbra cinzenta que não conhece vitória nem derrota.” (Theodore Roosevelt, ex-presidente dos Estados Unidos da América)


J.O Ambrósio

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Fazendo a diferença


O que é preciso para fazer a diferença ?

Ser um bom filho ? Um bom pai ? Um aluno exemplar ? Um profissional singular?

Enquanto pensarmos de maneira individual, nunca a alcançaremos realmente, só iremos atingi-la quando independente de destacarmos ou não no que fazemos, tivermos como principal objetivo o bem estar do coletivo, convertermos de alguma maneira positiva frutos de um trabalho individual para a sociedade, sem almejar nenhum lucro ou reconhecimento público por isso. Haverá quem veja isso como um pensamento socialista, o que destaca ainda mais o pensamento egoísta do homem.


É reconhecido que a maioria das misérias humanas tem a sua fonte no egoísmo. A partir do momento em que cada um pensa em si apenas, e tem a realização pessoal como única meta, cada um procura, naturalmente, proporcionar tal realização a qualquer preço, e sacrifica sem escrúpulos os interesses de outrem, desde as menores coisas até as maiores, tanto na ordem moral quanto na ordem material; daí todos os antagonismos sociais, todas as lutas, todos os conflitos e todas as misérias.


Acredito que para fazer a verdadeira diferença seja primeiramente necessário deixar de lado a religião, penso que quando atribuímos a Deus o único motivo para se tomar alguma atitude em relação ao bem estar da sociedade, estamos de alguma forma segregando, uma vez que não são todos que acreditam em um ser superior.


É preciso que mudemos o elo, ou melhor, a razão pela qual devemos fazer a diferença, resgatar valores básicos como o amor ao próximo, a compaixão, a verdade, a retidão e a paz. Quando deixarmos de acreditar que devemos ajudar o próximo simplesmente porque são preceitos de uma doutrina e passarmos a ajudá-lo porque esse é um semelhante, neste momento estaremos fazendo a verdadeira diferença.



J.O. Ambrósio